domingo, 11 de novembro de 2012

11/11/2012 09h00 Governo planeja ações de saúde para as 12 cidades-sede da Copa de 2014 Ministério vai usar Copa das Confederações, no ano que vem, como 'teste'. Taxistas e guias turísticos deverão tomar vacina contra sarampo e rubéola. Saúde quer testar hepatite, sífilis e HIV em 500 mil pessoas em dez dias Higienizar as mãos durante visitas a hospitais pode prevenir infecções Veja todas as notícias de infectologia O Ministério da Saúde está planejando ações para prevenir surtos de doenças nas seis cidades-sede da Copa das Confederações, no ano que vem, e nas 12 capitais que vão abrigar os jogos de futebol da Copa do Mundo, em 2014. Segundo o secretário-executivo adjunto do ministério, Adriano Massuda, que coordena as reuniões sobre esses dois eventos esportivos, os trabalhos começaram em maio do ano passado, e a Copa das Confederações será um "teste" em todos os sentidos, inclusive na área da saúde. Esta semana, o grupo se encontrou em Salvador. Torcida Copacabana (Foto: Carolina Lauriano/G1)Aglomerações de pessoas, como a que ocorreu em 2010 entre torcedores da seleção brasileira em Copacabana, no Rio, podem favorecer transmissão de doenças infecciosas (Foto: Carolina Lauriano/G1) "Estamos nos baseando em experiências anteriores, tanto de Copas do Mundo quanto de Olimpíadas. Cada cidade-sede terá pelo menos um hospital público de referência, mais ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e leitos hospitalares e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)", enumera. Em São Paulo, os dois hospitais escolhidos foram a Santa Casa de Misericórdia e o Santa Marcelina. No Rio, foram o Albert Schweitzer e o Miguel Couto. Essas instituições e as das demais cidades-sede da Copa do Mundo – Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Natal, Cuiabá e Manaus – devem passar por reformas, ampliações e aquisição de novos equipamentos, segundo Massuda. Eventos esportivos, em geral, têm um aumento no consumo de álcool e drogas, na incidência de traumas, fraturas e cortes (...)" Adriano Massuda, secretário-executivo adjunto do ministério "Eventos esportivos, em geral, têm um aumento no consumo de álcool e drogas, na incidência de traumas, fraturas e cortes, de diferentes maneiras – desde acidentes no trânsito até brigas. Vai ter a torcida argentina, então também temos que estar preparados para isso", afirma. O secretário esclarece que toda assistência no estádio e no entorno será de responsabilidade do comitê organizador da Copa. Dali para fora, a atribuição é do governo. Apesar disso, haverá profissionais das secretarias municipais dentro dos estádios para atuar quando for preciso. Doenças e vacinação No caso das possíveis doenças decorrentes de aglomerações de pessoas, o secretário explica que o foco estará concentrado em problemas respiratórios, como o vírus H1N1, gripes e resfriados, além de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como HIV e hepatites. "Vamos atuar em conjunto com outras áreas, como segurança pública e direitos humanos – neste caso, contra o turismo sexual. Também faremos distribuição de camisinhas, teste rápido de HIV e incentivo à atividade física. No dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, vamos ter um grande ato em todo o país", antecipa Massuda.
Outro problema que preocupa o ministério é a dengue, pois, apesar de o inverno ser um período de menor incidência, ela já é endêmica em algumas cidades. Apesar disso, segundo o secretário, eventos esportivos desse porte não têm grande risco de surtos contagiosos, pois o público que virá, em geral, tem alto poder aquisitivo e seguro de saúde. Dengue (Foto: Priscila Lima/G1)Redução de focos da dengue, como pneus com água parada, também será alvo (Foto: Priscila Lima/G1) Para os trabalhadores que vão lidar direto com os turistas, o governo prevê vacinação contra sarampo e rubéola. Entre os profissionais, estão taxistas, funcionários de hotéis e restaurantes, voluntários, guias e responsáveis por informações turísticas. Esses grupos devem tomar as doses pelo menos 30 dias antes do início da Copa das Confederações, no dia 15 de junho do ano que vem. Já os turistas do Brasil e do exterior que forem para cidades do Norte e do Centro-Oeste precisam se vacinar contra a febre amarela. Também faremos distribuição de camisinhas, teste rápido de HIV e incentivo à atividade física" Adriano Massuda, secretário-executivo adjunto do ministério Smartphones e treinamento do SUS Uma novidade já para o ano que vem é que os profissionais da saúde que trabalharem durante a Copa das Confederações nas cidades-sede de Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Brasília vão poder notificar doenças por meio de smartphones que ainda estão sendo desenvolvidos. "Até fevereiro, todas essas cidades devem apresentar planos de ação em saúde para o evento", afirma Massuda. Enquanto isso, profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 estão sendo treinados. Em setembro, o foco foram os desastres naturais, e no início do ano que vem o tema será gestão de emergências. A próxima reunião do grupo de trabalho do ministério será ainda este mês, em Cuiabá.